Por ti, sem ti, contra ti

"Desistir do rosto, dos propósitos, das
palavras. Há sílabas assim.
Com a vergonha do afecto
emprestada ao desalinho das mesas.
Por ali, encenando a imobilidade,
a rudeza de haver dor.
Eu sei que não virás.
Bebo por ti, sem ti, contra ti,
com o coração no bengaleiro
a fingir que não, não faz diferença.
O pior é que até faz,
por muito que ninguém o saiba." m. f.
Tentar entender porque ou porque não. Esperar, ou não esperar? Chorar para dentro sem razão e sem saber concretamente pelo que choro, sem lágrimas. Já não por ti, mas por mim. Por esta dor que me pertence. Perco-me assim. E "quem disse que à noite era melhor, porque sonhava?" Quem disse não sabe, porque os sonhos assim não são sonhos."Quem disse que a saudade não rasgava e que o pior era saber que aqui não estavas? Quem disse que era tudo diferente se te via?" Sei eu que é.
Demasiado dramático talvez. Mas simplesmente sinto a tua falta, enquanto folheio as páginas que escreveste...
[Situação]: QuartoDemasiado dramático talvez. Mas simplesmente sinto a tua falta, enquanto folheio as páginas que escreveste...
Paredes brancas pintadas pela sombra da luz amarela
Tapete azul
Mala vermelha, encostada, ainda por arrumar
Livros desalinhados contra a linha da parede
Um chapéu preto, redondo
Uma orquidea por abrir
Chuva a escorrer como mel pelo vidro da janela.
Porta entre-aberta.
Sapatos com elásticos verdes escuros.
Um copo de água...
[inicio de um dia, quando acaba outro, entre os 2/4 e o 3/4 do relógio]:
Porque na noite, no meio do silêncio enquanto tudo dorme, e a luz é errante, é quando tudo é mais claro. Longe do movimento caótico das ruas, das vozes q se cruzam sem sentido nas horas da manhã, do rodopio da vida apressada a correr de um lado para o outro - de toda essa pressa que me é alheia, mas que me perturba.
Porque de noite tudo é calmo.
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