Três e Trintra e Três
Três e trinta e três da manhã.
Sono, mas tal como tu dizes, sempre aquela minha relutância em ir para a cama...
Estendo as pernas sobre o sofá.
A janela está por cima de mim (porque aqui as paredes aqui são oblíquas), e deixa antever uma estrela ou outra, por entre camadas densas de frio e azul compacto.
Um copo de chá, como invariavelmente não podia deixar de ser, e os meus pensamentos dispersos entre o aqui, realidade palpavél, e o aí, realidade sonhada.
Deixo-me levar, nunca, por tantas vezes como aqui, me senti como sinto agora - num plano à parte da realidade, em q tudo o q me envolve é tão efémero que se podia desvanecer com um suave toque de dedos, como uma bola de sabão - mas não.
A janela está por cima de mim (porque aqui as paredes aqui são oblíquas), e deixa antever uma estrela ou outra, por entre camadas densas de frio e azul compacto.
Um copo de chá, como invariavelmente não podia deixar de ser, e os meus pensamentos dispersos entre o aqui, realidade palpavél, e o aí, realidade sonhada.
Deixo-me levar, nunca, por tantas vezes como aqui, me senti como sinto agora - num plano à parte da realidade, em q tudo o q me envolve é tão efémero que se podia desvanecer com um suave toque de dedos, como uma bola de sabão - mas não.
Fico apenas assim, suspensa...
No ar, o som da música já tão conhecida - faixa 7
E entre os meus dedos, letras:
" Fecho os olhos por instantes.
Abro os olhos novamente.
Neste abrir e fechar de olhos
já todo o mundo é diferente.
Já outro ar me rodeia;
outros lábios o respiram;
outros aléns se tingiram
de outro Sol que os incendeia.
Outras árvores se floriram;
outro vento as despenteia;
outras ondas invadiram
outros recantos de areia.
Momento, tempo esgotado,
fluidez sem transparência
Presença, espectro de ausência,
cadáver desenterrado.
Combustão perene e fria.
Corpo que a arder arrefece.
Incandescência sombria.
Tudo é foi. Nada acontece.
Abro os olhos novamente.
Neste abrir e fechar de olhos
já todo o mundo é diferente.
Já outro ar me rodeia;
outros lábios o respiram;
outros aléns se tingiram
de outro Sol que os incendeia.
Outras árvores se floriram;
outro vento as despenteia;
outras ondas invadiram
outros recantos de areia.
Momento, tempo esgotado,
fluidez sem transparência
Presença, espectro de ausência,
cadáver desenterrado.
Combustão perene e fria.
Corpo que a arder arrefece.
Incandescência sombria.
Tudo é foi. Nada acontece.
António Gedeão - Tudo é foi
Quatro e quarenta e noveda manhã - fecho os olhos - o Sono é demasiado.
0 Comments:
Post a Comment
<< Home